quarta-feira, 20 de julho de 2011

Fonoaudiologia Escolar e Saúde Pública

     A atuação do Fonoaudiólogo Escolar ou Educacional é diferente da atuação clínica. Podemos definir Fonoaudiologia Escolar ou Educacional como a atuação do Fonoaudiólogo na educação infantil, ensino fundamental, médio, especial e superior. Cabe ao Fonoaudiólogo “desenvolver ações, em parceria com os educadores, que contribuam para a promoção, aprimoramento, e prevenção de alterações dos aspectos relacionados à audição, linguagem (oral e escrita), motricidade oral e voz e que favoreçam e aperfeiçoem o processo de ensino e aprendizagem.”
Resolução CFFa nº 309, de 01 de abril de 2005.                  
        Na sua ação de promoção e aprimoramento de aspectos relacionados à audição, linguagem, motricidade oral e voz, o profissional fonoaudiólogo é um importante colaborador auxiliando nos programas escolares de desenvolvimento de linguagem. Contribui com o desenvolvimento e aprimoramento da Linguagem Oral e Escrita, favorecendo a aprendizagem de todos os alunos, aprimorando habilidades que eles já possuem e desenvolvendo novas capacidades.
           O fonoaudiólogo dentro da escola não pode de atuar na área clínica, fazendo apenas o diagnóstico e não o tratamento, sendo assim, realiza o encaminhamento, quando necessário, á outros profissionais. É realizada a triagem, que diagnostica problemas de audição, avaliação de linguagem e motricidade.
       Segundo a Fonoaudióloga Ana Paula, que atua em um colégio de Porto Alegre, é de grande importância a atuação do fonoaudiólogo no meio escolar. Para ela é importante a intervenção fonoaudióloga em bebês e crianças até 4 anos. Seu trabalho inclui estimulação precoce, orientação aos professores e familiares. Juntamente à equipe de professores, ela realiza eventos de conscientização quanto ao uso da voz, uso adequado a fones de ouvido, e do trabalho fonoaudiológico.
O papel do fonoaudiólogo na educação
           A importância do fonoaudiólogo está no fato de que  existem crianças que apresentam dificuldades de linguagem oral e que isso interfere na alfabetização, ou que apresentam certas alterações na escrita envolvendo erros de natureza auditiva, sendo necessário as  “triagens fonoaudiológicas” para detectar e prevenir problemas que futuramente podem interferir na aprendizagem escolar. Pode- se dizer que a rigor, essa atuação do fonoaudiólogo não é educacional, ela é clínica, predominantemente. É a fonoaudiologia clínica e não educacional, que acaba restringindo as reais possibilidades de atuação do fonoaudiólogo no meio escolar. Ele tem que fazer com que sua ação possa chegar a milhares de alunos, sem atuação terapêutica com cada um deles. Irá ajudá-los por meio de programas de desenvolvimento de linguagem, dos quais ele pode participar na elaboração. E sua ação deverá ser benéfica não só para aquele que eventualmente possa ter um problema, mas para todos, melhorando, ainda mais, suas habilidades em linguagem, quer oral, quer escrita.

             A importância do fonoaudiólogo e de programas visando o desenvolvimento da linguagem oral e escrita fica mais evidente, pois sabemos que linguagem não se aprende, simplesmente, estudando livros de gramática. Habilidades de linguagem desenvolvem-se em situações de uso real, por meio das funções sociais que elas podem desempenhar. Tanto na escola como no dia a dia, todas as crianças necessitam vivenciar situações que permitam aprimorar habilidades que já possuem e desenvolver novas capacidades.

Fonoaudiologia Pública

        A Saúde Coletiva tem caráter multiprofissional e interdisciplinar. Propõe ações para intervir nos problemas e situações relacionados à saúde da população em geral ou de determinado grupo, com o objetivo de promover a melhoria da qualidade de vida das pessoas. Profissionais da saúde já vem se inserindo em meios educativos desde o Estado Novo, na "Era Vargas" na década de 30 proporcionando a promoção da saúde nas escolas. Esses profissionais atuavam nas escolas com as práticas de higiene escolar, educação e saúde e educação escolar. Anos mais tarde com o aparecimento do curso de Fonoaudiologia em universidades, os "terapeutas da fala", como eram conhecidos, passaram a dedicar seus trabalhos mais aos consultórios e às praticas terapêuticas; uma atitude popular e de pouco inclusão social.
         Na década de 90, o fonoaudiólogo se inseriu em muitos projetos de saúde pública e coletiva, intensificando a pratica da interdisciplinaridade. Em 2001, foi criando o Comitê de Saúde Pública da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia. Com isso, o fonoaudiólogo foi incluído no programa social Saúde da Família.
         Na saúde coletiva, o fonoaudiólogo fica direcionado à construção em equipe estratégias de planejamento e gestão em saúde, com vistas a interferir na pratica de políticas públicas e na atuação  de atenção à saúde, promovendo a prevenção, educação e interferindo a partir dos diagnósticos dos grupos populacionais. Podemos citar como exemplos de intervenção do fonoaudiólogo especialista em saúde coletiva a promoção e apoio ao aleitamento materno, promoção da saúde da criança e do adolescente, nos aspectos da fala, audição, linguagem oral e escrita, voz e motricidade orofacial, promoção da proteção à saúde do trabalhador, como por exemplo, distúrbios de voz na fala de professores e de trabalhadores com exposição frequente a altos níveis de ruídos, podem ainda realizar a promoção do envelhecimento saudável, tratando, por exemplo, a disfagia em idosos.
Atuação fonoaudióloga na Saúde Pública
         A atuação fonoaudiológica na Saúde Pública está na inserção da Fonoaudiologia na população em postos, em centros, em unidades de saúde, em creches, em escolas, em berçários, bem como na coletividade. A proposta de trabalho abrange não só o atendimento das alterações da saúde de maior ocorrência na população, mas atua também principalmente na promoção e na prevenção.
         O fonoaudiólogo tem com objetivos elaborar ações de programas de orientação quanto ao desenvolvimento da linguagem e audição, sendo importante a maturação adequada das funções neurovegetativas na produção dos sons da fala, no uso adequado da voz e na manutenção auditiva intervindo na prevenção, na terapia e na reabilitação das possíveis patologias ligadas à Fonoaudiologia.
Por: Laura Bonfada, Lillian Gattelli, Mariana Arioza, Tais Fagundes, Willian Manara.

Disfagia

       O ato de engolir começa na vida fetal. É uma ação automática, comandada pelo tronco cerebral, que serve para transportar o bolo alimentar para o estômago. Através da deglutição, o bolo alimentar vai da boca ao estômago, passando pela faringe e pelo esôfago. Na entrada da laringe, há uma válvula cartilaginosa chamada epiglote, cuja função é controlar a passagem do bolo alimentar para o esôfago e evitar que o alimento entre no sistema respiratório, para tanto essa válvula se abaixa, fechando a entrada da laringe. Quando respiramos, a epiglote permite que o ar entre na traquéia. Se o alimento entrar na laringe, ocorre o engasgo.

DEGLUTIÇÃO NORMAL


O alimento é transformado em bolo através da mastigação;
Passagem desse bolo alimentar pela base da língua;
Trajeto do bolo pelo esôfago até o estômago. Esse é um processo complexo, dinâmico e rápido (cerca de 2s). Envolvendo variados movimentos musculares. Durante esse curto espaço de tempo, a entrada para as vias aéreas são protegidas pela epiglote, enquanto que a via do esôfago permanece aberta para a condução do alimento. Quando algo impede que o alimento passe de forma segura, confortável e eficiente pela via oral, tem-se uma disfagia; pode acontecer desde recém-nascidos e até idosos.
Disfagias – classificações:
Classificadas segundo causa e comprometimento das fases da deglutição.
Segundo causa:
1.     Mecânica: podem ser decorrentes de cânceres (pelo tratamento: retirada de partes de órgãos), traumas, infecções e próteses orais mal adaptadas;
2.     Neurogênicas: acidentes ou doenças no/do sistema nervoso central ou periférico: seqüelas de AVC, Parkinson, traumatismo cranioencefálico, paralisia cerebral, doenças degenerativas, entre outras.

Segundo as fases da deglutição:
1.     Oral: presente em casos de apraxia oral, paralisia unilateral da língua ou em indivíduos com próteses dentárias mal adaptadas;
2.     Faríngea: casos como paralisia faríngea e/ou laríngea ou laringectomias parciais;
3.     Orofaríngeas: ocorre com freqüência nos casos de ressecções das estruturas da boca, especialmente nas glossectomias, laringectomias parciais horizontais com extensão da cirurgia para a base da língua, nas doenças neurológicas.

Alterações nos processos de deglutição comprometem a saúde geral – tanto nutricional quanto pulmonar –  impactando assim a qualidade de vida. Para que este tipo de problema seja tratado da melhor maneira possível, é preciso um diagnóstico cedo e rápido.

Materiais usados nos procedimentos de avaliação para disfagia:
Luvas para proteção do avaliador e como medida de higiene do paciente. Espátulas de plástico ou madeira para visualização das estruturas da cavidade oral e orofaringe;                                                                                     Lanterna ou qualquer instrumento para iluminação;                                     Colheres plásticas de diferentes tamanhos e modelos (chá, café, sopa);   Copos plásticos;                                                                              Seringas para controle dos volumes ofertados;                                       Paquímetro para abertura bucal máxima;                                               Gaze para limpeza da cavidade oral e/ou oclusão da cânula de traqueostomia; Estetoscópio utilizado na ausculta cervical como importante instrumento na detecção de possíveis estases e penetrações/aspirações laríngeas.
Consistência dos Alimentos:
As consistências, assim como as quantidades e tipos de alimentos utilizados na avaliação clínica, variam de acordo com a necessidade do paciente.  Frequentemente são utilizadas as consistências líquidas, liquidas-pastosas, pastosas e sempre que possível as sólidas. Ao longo do tratamento, vão sendo substituídas umas pelas outras, começando sempre com o mais leve até o mais difícil de fazer: deglutir o sólido.
REABILITAÇÃO
                   As restrições de deglutição podem levar os indivíduos à privação do convívio social – pois causam constrangimentos frente a outras pessoas – podem dar evidência da evolução de certas doenças ou até mesmo ser consequências delas ou de algum acidente.   A reabilitação se torna essencial, na busca da qualidade de vida dessas pessoas e na reinserção nos núcleos de convívio social. O processo de reabilitação começa com uma anamnese, pois é preciso saber a etiologia da disfagia em questão e o quadro clínico geral do paciente. A seguir, é feita uma avaliação clínica detalhada da deglutição e, se necessário, a realização de exames complementares; assim, elabora-se um plano terapêutico. Ao fonoaudiólogo, cabe gerenciar todas as questões fonoaudiológicas envolvidas e, ao paciente, se possível, a noção da sua responsabilidade e papel ativo em sua própria reabilitação, cooperando e realizando os exercícios sempre que possível.
                  A reabilitação trabalha no comportamento e funcionamento do organismo e tem por objetivo normatizar, adaptar ou compensar a função da deglutição, com o intuito de evitar ao máximo as complicações causadas pela disfagia.  Reabilitar inicia com a realização de manobras posturais, a deglutição possível para o momento, os exercícios facilitadores, a higienização oral e os exercícios que objetivem melhorar o controle oral do paciente. Após essas manobras inicias de cuidado com o paciente e considerando suas condições, é escolhido qual tipo de terapia será usada; se a indireta (sem oferecimento de bolo alimentar) ou se a direta (com oferecimento de bolo alimentar). No caso da terapia direta, são utilizadas manobras de aumento do input sensorial, com base nas características do bolo e o tipo de utensílio utilizado.
                  O objetivo da terapia deve ser alcançar independência funcional, seja motora, comunicativa ou alimentar e conquistar uma alimentação eficiente de acordo com a possibilidade de cada caso, a fim de garantir que as atividades rotineiras sejam realizadas com funcionalidade. A atuação fonoaudiológica deve basear-se na busca da qualidade de vida e na orientação de pacientes, familiares ou cuidadores, para tanto procura maximizar possibilidades, prevenir e/ou eliminar situações de risco (aspiração, desnutrição), na procura de proporcionar o maior prazer possível no processo de alimentação.
Alguns materiais usados na terapia:
  
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Placa de Resistência

A placa de resistência é colocada nos vestíbulos bucais frontais e a terapeuta puxa, propiciando que o paciente contraia os músculos para vedar os lábios.
O haltere varia o peso, a haste é colocada entre os lábios e o paciente deve segurá-la apenas com os lábios.
Referências:
 Jotz, Geraldo Pereira. Angelis, Elisabete Carrara de. Barros, Ana Paula Brandão. Tratado de deglutição e disfagia  no adulto e na criança. 1ª Ed. 2009. Rio de Janeiro: Revinter.

Giannini, Maria Luisa Barbosa. Tratamento fonoaudiológico da disfagia e a prática da bioética. 2007. Rio de Janeiro: Revinter.
 
 Filho, Evaldo Dacheaux de Macedo. Gomes, Guilherme F.. Furkim, Ana Maria. Manual de cuidados do paciente com disfagia. 2000 São Paulo: Lovise
Por: Andressa, Audrei, Camila, Francielle, Marina Souza Teixeira


Haltere

Linguagem

Fonoaudiologia é uma especial profissão da saúde, que se subdivide em cinco áreas. Dentre estas, existe aquela que lida diretamente com Linguagem, o que nomeia a dimensão em questão. A Linguagem, por sua vez, pode ainda dividir-se em alguns aspectos: Linguagem Escrita e Linguagem Oral, que são os mais básicos, Linguagem de Surdos, Linguagem alternativa para pacientes com comprometimentos neurológicos severos, etc. E é sobre estas dimensões que se tratará.
Para início das compreensões, entende-se como necessária a compreensão do que é considerado Linguagem. É, portanto, um processo mental consciente que visa à expressão interpessoal. Mesmo sendo uma ação consciente, pode ser determinada, também, pelo subconsciente e pelo inconsciente.  O que muitas vezes pode explicar o porquê da existência de pacientes psicopatológicos, com distúrbios de linguagem. A Linguagem humana compreensível, por fim, compreende a expressão verbal e gráfica e, ainda, a sintaxe que as torna ordenadas e passíveis de entendimento.
A Linguagem, em geral, inicia seu desenvolvimento quando ainda encontra-se em gestação, pois o bebê está em contato direto com a mãe. Posteriormente ao nascimento, a Linguagem passa a acontecer através de gestos, sorrisos, olhares e choros. Contudo, o progresso da Linguagem Oral da criança somente ocorrerá se esta for saudável, tiver desenvolvimento neurológico, estiver inserida em um ambiente em que haja comunicação, for capaz de ouvir e tiver “feedback auditivo” (retorno do que se disse), para aprender a falar e se expressar, da maneira correta. Depois que a Linguagem Oral torna-se fluente, está construída um dos mais importantes componentes da sobrevivência humana.
A Linguagem Oral, então, dá-se através da produção dos sons, da fala e da compreensão própria e alheia destes. Possíveis problemas, abordados neste segmento são, por exemplo, atrasos no desenvolvimento e aquisição da Linguagem Oral, falas erradas, falta de sintaxe, dificuldade na produção dos sons ou troca entre eles, e a “língua presa”. Para que fique mais claro o que são os distúrbios de Linguagem Oral, tomamos como exemplo a troca dos sons. Ela acontece quando o individuo permuta alguns fonemas, pronunciando “torvete”, ao invés de “sorvete”. Frente a tais, o fonoaudiólogo tem como funções: “promover a superação das alterações na expressão e/ou recepção da linguagem oral”[1].
A Linguagem Escrita, por sua vez, ocorre através de símbolos, palavras e demais desenhos. Normalmente, inicia seu desenvolvimento na fase de alfabetização da criança e, para seu sucesso, depende profundamente do correto uso da Linguagem Oral. Isso acontece, pois, cada som possui um correspondente gráfico que o representa, o que torna possível a correta escrita e leitura. Logo, esta comunicação gráfica está sujeita a diversos transtornos e dificuldades. A leitura silabada, lenta e imprecisa, a leitura não compreendida, as trocas de letras na escrita, problemas na ortografia e pontuação, e incapacidade / inabilidade em escrever textos ou de se expressar por meio gráfico são exemplos. Cabe, portanto, ao fonoaudiólogo, “promover a superação das alterações na expressão e/ou recepção da linguagem escrita (dificuldades em leitura e escrita, dificuldades de aprendizagem e dificuldades escolares)” [1].
A Linguagem de Surdos é outro segmento específico desta área da Fonoaudiologia. Eles não são pacientes patológicos. Para eles, suas mãos costumam ser sua forma de comunicação (Linguagem em Libras), o que os torna habilitados em diálogo interpessoal, enquanto a escrita em braile os torna possíveis de desenvolvimento de Linguagem Escrita. Estes sujeitos também necessitam estruturar seu pensamento, traduzir o que sentem registrar o que conhecem expressar-se e comunicar-se com os outros. E são as citadas maneiras, para estas realizações, que os fazem ingressar na cultura humana como qualquer outro individuo e, ainda, como sujeitos capazes de produzir transformações inimagináveis. Todos deveriam conhecer a Linguagem-origem desta comunidade, para que todos tivessem o privilégio de poder estabelecer algum contato com estas pessoas. Pois tanto os indivíduos que utilizam a Linguagem Oral, como os sujeitos que utilizam a Linguagem em Libras, têm muito ainda o que aprender uns com os outros, uma vez que vivenciam experiências amplamente diversas.
Os estágios de desenvolvimento da linguagem nos bebês: Os bebês humanos nascem antes de seus cérebros estarem completamente formados. Se os seres humanos permanecessem na barriga da mãe por um período proporcional àquele de outros primatas, nasceriam aos dezoito meses, exatamente a idade na qual os bebês começam a falar, portanto, nasceriam falando.
O cérebro do bebê muda consideravelmente depois do nascimento. Nesse momento, os neurônios já estão formados e já migraram para as suas posições no cérebro, mas o tamanho da cabeça, o peso do cérebro e a espessura do córtex cerebral, onde se localizam as sinapses, continuam a aumentar no primeiro ano de vida. Conexões a longa distância não se completam antes do nono mês e a bainha de mielina continua se adensando durante toda a infância. As sinapses aumentam significativamente entre o nono e o vigésimo quarto mês, a ponto de terem 50% a mais de sinapses que os adultos. A atividade metabólica atinge níveis adultos entre o nono e o décimo mês, mas continuam aumentando até os quatro anos. O cérebro também perde material neural nessa fase. Um enorme número de neurônios morre ainda na barriga da mãe, essa perda continua nos dois primeiros anos e só se estabiliza aos sete anos. As sinapses também diminuem a partir dos dois anos até a adolescência quando a atividade metabólica se equilibra com a do adulto. Dessa forma, pode ser que a aquisição da linguagem dependa de uma certa maturação cerebral e que as fases de balbucio, primeiras palavras e aquisição de gramática exijam níveis mínimos de tamanho cerebral, de conexões a longa distância e de sinapses, particularmente nas regiões responsáveis pela linguagem.
Balbuciando
É comum dividir o estágio inicial da aquisição de linguagem em duas fases: pré-lingüística e lingüística. No estágio pré-lingüístico, a capacidade lingüística da criança desenvolve-se sem qualquer produção lingüística identificável. Sem levar em conta as mudanças biológicas que facilitam o desenvolvimento lingüístico e ocorrem nos primeiros meses de vida da criança, é o balbuciar dos bebês de aproximadamente seis meses que sinaliza o começo da aquisição da linguagem. Esse período é tipicamente descrito como pré-lingüístico porque os sons produzidos não são associados a nenhum significado lingüístico. O estágio dos balbucios é marcado por uma variedade de sons que muitas vezes são usados em alguma das línguas do mundo, embora muitas vezes não seja a língua que a criança irá, posteriormente, falar. O significado dessa observação não é claro. Por exemplo, consoantes posteriores e vogais anteriores, como [k], [g] e [i], aparecem cedo nos balbucios das crianças, mas tarde no seu desenvolvimento fonológico.
Primeiras palavras
O primeiro estágio verdadeiramente lingüístico da criança parece ser o estágio de uma palavra. Nesse estágio, que aparece a poucos meses delas completarem um ano, as crianças produzem suas primeiras palavras. Durante esse estágio, as suas falas se limitam a uma palavra, que são pronunciadas de maneira um pouco diferente da dos adultos. Muitos fatores contribuem para essa pronúncia não usual: alguns sons parecem estar fora da escala auditiva das crianças, por dependerem da maturação de alguns nervos. Sons que são difíceis para a criança detectar, tornam-se difíceis para elas aprenderem. Além disso, alguns sons parecem ter uma articulação difícil para as crianças. Por exemplo, é comum ver crianças que possuem desenvolvimento lingüístico adiantado mas não conseguem pronunciar o [r]. Algumas vezes, sons fáceis podem se tornar difíceis na presença de outros sons. Por exemplo, crianças no estágio de uma palavra freqüentemente omitem o som das consoantes finais.
Crianças nessa fase, além de pronunciar as palavras de maneira diferente também querem dizer coisas diferentes com elas. Muitos pesquisadores perceberam que as crianças parecem expressar significados complexos com suas expressões curtas. É como se suas sentenças de uma palavra representassem um pensamento completo. Esse uso da linguagem indica que o desenvolvimento conceitual da criança tende a ultrapassar seu desenvolvimento lingüístico nos primeiros estágios da aquisição. Nós devemos traçar essa conclusão com cuidado, no entanto, já que julgamentos sobre o que as crianças querem dizer nos seus primeiros estágios de desenvolvimento são difíceis de fazer.
Dessa forma, mesmo que a primeira hipótese sobre aquisição de linguagem seja de que a criança simplesmente adquire sons e significados, a investigação das primeiras palavras da criança indica que o conhecimento adquirido por aquelas de um ano de idade toma a forma de um sistema rico de regras e representações. Como esses sistemas abstratos foram deduzidas, principalmente, através das experiências das crianças na comunidade lingüística, as diferenças entre a gramática da criança e a do adulto são compreensíveis.




Referências:
http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.unipe.br/system/upload//2008/setembro/foto_fono.jpg&imgrefurl=http://www.unipe.br/ver.php%3Fid%3D1176&usg=__hwfzxDaE-pKWA_1jSApCD2x0YTM=&h=450&w=637&sz=40&hl=pt-BR&start=233&sig2=kUalDUA4ARqqobBWQczFDQ&zoom=1&tbnid=z5vD-Dk020jvHM:&tbnh=127&tbnw=167&ei=DJYbTsD-IIqpsAKKspnDCA&prev=/search%3Fq%3Dfono%2Bbeb%25C3%25AA%2Blinguagem%26um%3D1%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DN%26biw%3D1350%26bih%3D581%26tbm%3Disch&chk=sbg&um=1&itbs=1&iact=hc&vpx=1042&vpy=173&dur=4134&hovh=189&hovw=267&tx=240&ty=149&page=12&ndsp=21&ved=1t:429,r:13,s:233

Por: Fernanda, Iara, Letícia Feldes, Luíse e Melissa

Audiologia

         A deficiência auditiva ocorre em um grande número de pessoas e atinge crianças e adultos.  O impacto global da deficiência auditiva é significativo, causando atraso no progresso educacional das crianças e acarretando sérias conseqüências psicossociais para os que adquirem a perda auditiva mais tarde em suas vidas.
         O fonoaudiólogo é responsável pela função social da audição e aborda a utilidade prática da capacidade auditiva, visando aumentar a habilidade do deficiente auditivo em lidar com situações de vida diária. O fonoaudiólogo especialista em audiologia, conhecido como audiologista, realiza diagnósticos, prognósticos e estabelece tratamentos ou auxilia no estabelecimento de condutas de outros profissionais da área da saúde tais como pediatras, otorrinolaringologistas, neurologistas, neurocirurgiões, geriatras, clínicos gerais e outros; Tendo como dever saber prestar serviços de prevenção, identificação e avaliação de problemas na audição; Seleção e avaliação de aparelhos de amplificação sonora; Habilitação/reabilitação oral de indivíduos com perda auditiva.
         Um fonoaudiólogo terá as seguintes áreas de atuação na audiologia: clínica, educacional, escolar, industrial, infantil e neonatal. Podendo trabalha em: hospitais ou centros de saúde, empresas de aparelhos auditivos, consultórios, escolas, centros de reabilitação, indústria, universidades.
         Realizará exames audiológicos e otoneurológicos: audiometria tonal limiar, audiometria vocal, índice de reconhecimento de fala, imitânciometria acústica, provas de função tubária, teste de reflexos estapedianos, emissões otoacústicas, audiometria de tronco encefálico, potenciais evocados de curta, média e de longa latência, monitoração transoperatória em neurocirurgias, vídeonistagmografia, vectoeletronistagmografia, rinometria acústica, exames de processamento auditivo central ;  O audiologista também seleciona e adapta aparelhos para corrigir a função auditiva e pode habilitar ou reabilitar deficientes auditivos. Este profissional deve ser consultado regularmente, desde os primeiros dias de vida, onde é realizada uma avaliação da capacidade auditiva do bebê ao nascimento, posteriormente ao completar 1 ano de vida, e ao entrar em idade escolar, ou quando apresentar quaisquer sintomas como dor, sensação de ouvido tapado, tonturas,  zumbidos (chiado), estalos, e dificuldades para ouvir.
         A avaliação do processamento auditivo estuda a integridade e maturação do sistema auditivo central, identifica disfunções auditivas centrais e estabelece diretrizes para o programa de reabilitação e é composta por uma bateria de exames.
         A audiometria é um exame que avalia a audição das pessoas. Quando detecta qualquer anormalidade auditiva permite medir o seu grau e tipo de alteração, assim como orienta as medidas preventivas ou curativas a serem tomadas, evitando assim o agravamento; Os principais tipos de audiometria são a audiometria tonal, que é considerado um teste subjetivo para avaliar o grau e o tipo de perda auditiva e a audiometria vocal, que pesquisa a capacidade de compreensão da fala humana.
         A imitanciometria ou impedanciometria avalia as condições da orelha média e da tuba auditiva à timpanometria na ausência de perfuração da membrana timpânica; As alterações à imitanciometria também são freqüentes em idosos; O teste é realizado pela colocação de uma pequena sonda no conduto auditivo externo de um dos ouvidos e um fone no outro. Essa pequena sonda contém um sistema que injeta e remove pressão, um pequeno canal que fornece estímulo sonoro e um outro que, conectado a um registrador no aparelho, avalia o grau de deslocamento do sistema tímpano-ossicular, em resposta à variação de pressão ou ao estímulo sonoro.
         Emissões Otoacústicas são sons provenientes da cóclea - órgão sensorial responsável pela audição - após a apresentação de um estímulo sonoro. O método não tem o objetivo de quantificar a deficiência auditiva, porém detecta a sua ocorrência, visto que as Emissões Otoacústicas estão presente em todas as orelhas funcionalmente normais. Elas deixam de ser observadas quando os limiares auditivos se encontram acima de 30dBNA, ou seja, quando existir qualquer alteração auditiva.
         Deve-se procurar um audiologiasta quando: sentir de dificuldade auditiva, presença de sinais ou sintomas auditivos ou otológicos, antecedentes familiares com problemas auditivos, desenvolvimento de linguagem alterado; E mais: dificuldade para escutar em lugares em que as fontes de som estão distantes (teatros, cinemas, salas de reuniões, palestras, etc),dificuldade para escutar televisão e/ou telefone, dificuldade para entender a conversação em um grupo de pessoas, “ouço, mas não entendo o que as pessoas falam” costuma ser uma queixa freqüente. Haverá uma entrevista inicial onde o fonoaudiólogo terá o seu primeiro contato com o paciente, fará uma primeira avaliação auditiva e levantara informações sobre as condições auditivas. A partir das informações trazidas pelo paciente é possível: avaliar qualitativamente sua audição, determinar o impacto da audição na comunicação, elaborar hipótese sobre os possíveis resultados.
Os indivíduos afetados por uma perda auditiva geralmente desenvolvem formas para tentar ouvir melhor em situações difíceis. Estas formas incluem: pedir aos outros para repetir o que falaram, aumentar constantemente o volume da TV (rádio...), evitar reuniões sociais, fingir entender a mensagem recebida. A perda de audição, quando não reparada, pode causar isolamento, sentimento de inferioridade, depressão e ansiedade, além de conflitos com as pessoas de seu convívio, seja pessoal ou profissional.
         Existem mais de um tipo de perda auditiva dentre elas podemos listar: perda auditiva condutiva, ocorre quando há algum tipo de lesão na orelha externa e/ou média; Perda auditiva neurossensorial, ocorre quando há lesão na orelha interna, nas células ciliadas da cóclea ou no nervo auditivo; Perda auditiva mista, ocorre quando há uma lesão que se apresenta simultaneamente na cóclea e na orelha externa e/ou média; Perda auditiva central, este tipo de deficiência auditiva não necessariamente apresenta-se com diminuição da sensitividade auditiva, mas manifesta-se por dificuldades na compreensão dos sons. Os limiares auditivos estão normais, porém existe uma lesão nas vias auditivas superiores (sistema nervoso central). E também existe mais de um tipo de aparelho auditivo sendo eles: adaptação aberta, composto por um aparelho mini-retroauricular e um fino tubo plástico que é inserido no canal auditivo. Este modelo é muito discreto e adapta-se bem a perdas auditivas de grau leve a moderado, com maior perda nas freqüências agudas; Retroauricular, usado atrás da orelha, é acoplado a um molde de acrílico ou silicone. Este modelo é potente e versátil, adapta-se a todos os tipos de perda auditiva. Disponível em diferentes cores; Intra-canal, Usados dentro da orelha, mais especificamente, no canal auditivo. Pode ser adaptado a perdas auditivas de grau leve a moderado; Microcanal, usado dentro da orelha, fica totalmente inserido no canal auditivo, ficando praticamente imperceptível. Pode ser adaptado a perdas leves e levemente moderadas.
É muito importante retornar ao Fonoaudiólogo para que ele possa acompanhá-lo e auxiliá-lo no processo de adaptação, esclarecendo suas dúvidas e dando todas as orientações para o melhor aproveitamento dos recursos disponíveis em seu aparelho auditivo.
         Sendo a saúde nosso maior bem ou patrimônio, não há motivos para cuidarmos tanto do nosso corpo sem darmos a devida importância para a nossa audição. Algumas maneira de se cuidar são: ao ouvir música com fones de ouvido, ouça em volume médio; Não ouça música por muito tempo, o uso excessivo pode causar muitos problemas à membrana do tímpano;  Ao limpar os ouvidos com o uso de cotonete, inseri-o devagar no ouvido e faça movimentos rotativos, mas sem pressioná-lo para dentro; Para a limpeza, nunca utilize cabo de objetos (escovas de dente, pentes, etc.) pois além de afetar o tímpano, pode causar a perda total da audição.

Por: Álissa da Rocha Barbosa, Bibiana Fuzer da Silva, Helena Mozzaquatro Jacques e Letícia Gregory.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Conselho e Ética

         O Conselho de uma profissão é um órgão responsável pela participação e pelo controle social, que tem como função primária defender a sociedade dos maus profissionais e, ao fiscalizar a atuação dos profissionais e das instituições, o Conselho garante aos bons profissionais não precisarem conviver profissionalmente com profissionais antiéticos e desrespeitosos aos princípios de sua formação. Também é atribuição do Conselho fiscalizar o cumprimento do juramento profissional.
           Os Conselhos de Fonoaudiologia estão divididos entre o Federal e os Regionais (separados em oito regiões no Brasil inteiro).  A criação dos Conselhos foi determinada pela lei 6965/81 que, dentre outras providências, dispõe sobre a regulamentação da profissão de fonoaudiólogo.  
         Dentre tantas funções, o Conselho Federal de Fonoaudiologia cuida dos assuntos relacionados à profissão: orientar, normatizar e fiscalizar o exercício da mesma. Essas funções são executadas pelas comissões que são obrigatórias e estão sujeitas a regras as quais orientam também o serviço público: COFI (Comissão de Orientação e Fiscalização) e COE (Comissão de Ética). É considerável ressaltar que cada conselho possui uma importância diferente frente aos direitos e às obrigações da profissão de Fonoaudiólogo; enquanto o Federal é o órgão que faz as resoluções (leis) e se preocupa com a normatização delas, o Regional é criado pelas portarias e não tem poder de Lei.   
         A seleção para entrada nos conselhos também se dá de forma diferente: no Federal o voto é indireto, por colégio eleitoral integrado de um representante oriundo de cada Conselho Regional. No Conselho Regional, a eleição se dá pelo sistema de voto direto, por meio do voto secreto e obrigatório dos profissionais inscritos no Conselho. Porém os Conselhos convergem no período de mandato, tanto no Federal como no Regional, o mandato é de três anos.                       
         Uma forma dos fonoaudiólogos poderem contribuir com os Conselhos é através da participação nas reuniões e nas ações propostas ou ainda como membros de grupos de trabalho. Os grupos de trabalho são formados para discutirem algum assunto específico e, para tais, os fonoaudiólogos podem também ser convidados. É sempre importante ressaltar que a divulgação da Fonoaudiologia é nosso dever e, portanto, devemos contribuir com os conselhos que se preocupam em fazer da Fonoaudiologia uma profissão cada vez mais humanizada e seguidora dos padrões de ética.                                     
         O código de ética da fonoaudiologia é o responsável por regulamentar os direitos e deveres dos fonoaudiólogos inscritos nos Conselhos de Fonoaudiologia. Ao Conselho Federal cabe observar o cumprimento dos princípios presentes no código, o não cumprimento pode acarretar penalidades previstas pela legislação em vigor. Os princípios gerais são: portar-se com comportamento digno, promover a coletividade, a harmonia e estar permanentemente em plenas condições para o desempenho das atividades.
                  Entre os direitos previstos aos profissionais, está o de não ser descriminado e, desta forma, manter sua autonomia para atuar e realizar os procedimentos que cabem à profissão, como, por exemplo, realizar o pedido de um exame específico ou emitir laudo.  Permanecendo nos direitos do fonoaudiólogo, a ele é também reservada a  liberdade de opinar e se manifestar sobre causas que envolvam a defesa da classe profissional. Entretanto, da mesma forma que lhe cabem direitos, também aos profissionais cabem responsabilidades, as quais começam por respeitar o código de ética e as normas dos conselhos, promover o bem-estar dos pacientes, familiares ou cuidadores, responsabilizar-se pelos atos praticados e respeitar a privacidade e o ritmo do cliente; tudo quanto estiver contra esses princípios é considerado uma infração ética. O Código estabelece os direitos e os deveres da prática na ética da profissão no que tem relação aos seus colegas, aos clientes, ao ambiente acadêmico, de pesquisa e da publicação, bem como a questão da remuneração e divulgação dos serviços.

Por: Andressa, Audrei, Camila, Francielle, Marina Souza Teixeira

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Visita Histórica

        Em uma das aulas da Disciplina de “Introdução à Fonoaudiologia”, tivemos a presença da Professora Presidente do Conselho Regional de Fonoaudiologia - CREFONO 7, Marlene Canarim Danesi. Ela comentou sobre a criação da Fonoaudiologia no Rio Grande do Sul, como iniciou o encontro de pessoas que trabalhavam com diferentes áreas ligadas à Fonoaudiologia, como, por exemplo, a área de leitura e escrita. A presidente do conselho também falou sobre como a profissão foi regularizada e de como foi a sua participação neste ato de tanta importância, baseada na união de pessoas que tinham como ideal obter o reconhecimento da Fonoaudiologia. O primeiro curso criado no estado foi em Santa Maria.
         Ficamos honrados com a presença de Marlene e da sua disponibilidade na aula que foi dada para a Turma de Fonoaudiologia da UFRGS 2011, no dia 17/06/11. Foi de grande aproveitamento para a turma e acreditamos que desde o começo do curso é importante o contato com o Conselho Regional da Fonoaudiologia, bem como o conhecimento a respeito dos objetivos do CRFa em orientar e fiscalizar a prática da fonoaudiologia em suas jurisdições, fazendo cumprir o exercício da profissão de acordo com a legislação e as normas estabelecidas pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

História da Fonoaudiologia no mundo

A fonoauldiologia, bem como a figura do fonoaudiólogo, é recente na história da saúde. O primeiro centro de estudos a oferecer formação naquilo que chamamos hoje de fonoaudiologia foi a universidade Eötvös Loránd, na Hungria, em 1900.  Entretanto, se tomarmos a fonoaudiologia como a ciência que lida com o fenômeno da linguagem humana, é de se esperar que estudos voltados para esse assunto sejam encontrados em épocas mais remotas, visto que nunca houve uma humanidade sem linguagem.
Datado de aproximadamente 1700 a.C., o Papiro de Edwin Smith é considerado o texto mais antigo a fazer referência direta ao funcionamento do cérebro.  Nele são descritos 48 casos clínicos, dentre esses algumas descrições de problemas neurológicos com sintomas na fala. 
Importante personagem na história da fonoaudiologia, foi Demóstenes.  Por ter conseguido associar honradez política com o ideal democrático, alguns historiadores o consideram o maior orador de todos os tempos. No entanto, Demóstenes foi gago. Auxiliado pelo ator Sátiro e submetendo-se a um severo tratamento, conseguiu superar suas dificuldades. Conta-se que um de seus exercícios terapêuticos consistia em declamar suas falas com pedras na boca; outra prática era recitar poemas enquanto corria na praia contra o vento.
A figura do fonoaudiólogo começou a formar-se somente no século XIX, quando oradores, políticos, cantores, atores, pregadores desejavam melhorar o seu padrão de fala, oração ou canto. Aos profissionais desse período costuma dar-se o nome de elocucionistas. Com atividades voltadas para o desenvolvimento da qualidade vocal e da entonação, os elocucionistas abriram caminho para que médicos, psicólogos e pesquisadores viessem a explorar os fenômenos da linguagem de forma sistemática.
Em 1912, Edward Whealer Scripture, médico e cientista publicou um livro sobre a gagueira e problemas de articulação. Em 1928, Sara Stinchfield Hawk tornou-se a primeira doutora na área de patologias da fala e publicou The Psycology of Speech. Ambos pesquisadores foram extremamente importantes na formação da fonoaudiologia e contribuíram para a fundação da American Speech and Hearing Association. 
O nome Bell não é responsável apenas pela invenção do telefone, mas também por importantes trabalhos na fonoaudiologia. Charles Bell foi professor de elocução; Neville Bell ensinava elocução e fonética e desenvolveu um sistema de análise visual da onda sonora, o visible speech. Alexandre Graham Bell dedicou sua vida à educação de surdos e à comunicação.
A partir da publicação do Curso de Linguística Geral (1916) , ao estabelecer-se como o estudo sistemático da língua, a linguística foi capaz de formalizar os fenômenos da linguagem, criando ferramentas de análise que auxiliam a pesquisa e a clínica fonoaudiológica. Roman Jakobson, juntamente com os demais linguístas do Círculo Linguístico de Praga, divulga as famosas teses de 1929, estabelecendo que a menor unidade linguística é o fonema e que este só toma realidade em oposição a outras unidades. Na década de 30 inicia-se a fase de ideação profissional, sendo que a Medicina e a educação tiveram papéis importantes na criação de cursos de Fonoaudiologia em diversos países do mundo.
Na década de 50, Noam Chomsky revoluciona o modo como observamos a aquisição da linguagem. Contrário aos preceitos do behaviorismo, Chomsky aponta que a linguagem não pode ser adquirida pela relação estímulo-resposta. Segundo esse autor, o homem possui em sua estrutura mental um dispositivo natural para operar a língua que é ativado no momento em que a criança trava contato com outros indivíduos falantes.
Nos anos 60, os filósofos da Escola de Oxford, Austin e Searle, põem em xeque a visão descritiva da língua, mostrando que certas afirmações não servem apenas para descrever, mas também para realizar ações. Quando alguém diz sim perante um juiz ou padre, ou se dizemos nos encontraremos amanhã pela tarde para um colega, em cada uma dessas frases é realizada uma ação – no primeiro caso ocorre uma aceitação, no segundo, uma combinação. A Teoria dos Atos de Fala foi responsável por uma abertura do horizonte nos estudos da linguagem, pois ao perceber que a linguagem não é uma atividade de descrição,mas uma ação em si, podemos atar os laços entre linguagem e vida.
A Fonoaudiologia nos Estados Unidos sempre foi mais independente e adotou o termo Speech-Language Pathology e Audiology, que podem ser estudados de maneira independente nas universidades americanas. Já na Europa, a Fonoaudiologia sempre esteve ligada aos egressos de outras áreas e demorou mais a se tornar um curso de graduação com duração maior. Na Europa, a profissão tem diversas nomeclaturas: Logopedista (Espanha), Ortofonista (na França e Canadá), Speech Therapy (na Inglaterra).
Para informações mais detalhadas sobre a história da Fonoaudiologia no mundo, recomendamos a leitura do texto: http://www.reocities.com/pg_iros/Textos/historico.DOC

Por: Ana Cláudia, Carolina Kalil, Isadora Bitencourte, Marcela, Renata Aguilhera e Vitor.